08/09/2021

(re)Negacionista

Certo dia, Einstein acordou e pensou “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana mas sobre o universo, ainda não tenho certeza”.

Verdade seja dita: para quem deixou de usar meias porque os buracos que se criavam o irritavam, usava só fatos cinzentos e o mesmo blusão de pele castanho da Levi's (comprado pela marca em 2016 num leilão por 125.000€), tinha tempo para pensar nestas coisas.

Aparte do corta-unhas que a sua prima/esposa lhe poderia ter comprado no seu aniversário e de estar provado que a eficiência do raciocínio está, além de outros factores, directamente relacionada com o descartar de tarefas mundanas como saber o que vestir no dia a seguir, Einstein poderia perfeitamente ser vidente.

Vamos avançar de 1936 até 2020. Uma pandemia varre o planeta (para efeitos de inclusão e para não ferir susceptibilidades e evitar que algum pessoal espume da boca vamos chamar de "vírus que não se pode dizer o nome"). Há pessoal que crê que o "vírus que não se pode dizer o nome" é uma farsa, uma invenção, desde os factos, aos números casos, os sintomas. A existir o "vírus que não se pode dizer o nome", os seus criadores querem controlar o mundo. Como? Através de várias acções: desde chips nas máscaras, chips e imans nas vacinas e nanorobots que nos controlam a mente.

Este pessoal são os "negacionistas". Como sou um leigo no termo, fui pesquisar sobre o que trata o negacionismo e diz o seguinte:

[...]Negacionismo (do francês négationnisme) é a escolha de negar a realidade como forma de escapar de uma verdade desconfortável.[...] Na ciência, o negacionismo é definido como a rejeição de conceitos básicos, incontestáveis e apoiados por consenso científico em favor de ideias tanto radicais quanto controversas.[...]

Ou seja, um negacionista, apesar de ter as provas científicas com testes realizados por peritos que estudaram toda a vida para tal, vai ao Facebook e ao YouTube, vê dois ou três videos de idiotas e não questiona sequer a fonte desses mesmos vídeos, contrariando aquilo que é evidente.

Eu estou vacinado com as duas doses (duas até ver) e confesso que foi com muita desilusão que reparei que o lote com que me vacinaram não era um dos que nos permite colar imans no braço. Tinha altos planos para um iman que um amigo meu trouxe de Punta Cana.

Se bem que, isto do negacionismo pode ser porreiro... Vamos supor que me nego a acreditar que a minha vizinha da frente precisa  de estar vestida para estender a roupa. Sempre posso criar um grupo no Facebook "Roupa é Sobrevalorizada - Libertem os Marmelos!", posso ir ao Petição Pública e criar uma petição, posso fazer uma manifestação em pleno Rossio.... O céu é o limite!

O verdadeiro facto é que estes atrasados mentais que se acham iluminados e se defendem com a constituição de que os seus direitos estão a ser violados se esquecem que, também na constituição, está escrito o seguinte:


Código Penal

Decreto-Lei n.º 48/95

Diário da República n.º 63/1995, Série I-A de 1995-03-15

Propagação de doença, alteração de análise ou de receituário

Porém, no meio de tudo isto confesso que a história do forrobodó do morcego que comeu o pangolim ou o contrário, nunca me convenceu. Apesar dos registos com 30 anos de variantes de patentes do "vírus que não se pode dizer o nome" serem de estirpes completamente distintas, acho demasiado conveniente e propício uma pandemia se alastrar desta forma, sem controle. Não é de espantar que, como numa guerra por exemplo, muitos enriqueceram. Acho desumano a forma como uma farmácia em Lisboa cobrava 5€ por uma máscara descartável (cujo uso recomendado é de 4 horas). Ou seja, uma caixa de 10 máscaras custava 50€!

Não deixa de ser curioso o facto de a única economia que cresceu neste ano e meio em todo o mundo foi a da China em 18.3% (!), o maior crescimento desde que a China começou a registar estes dados em 1992.

O pressuposto de conjunto de regras de modo a vivermos em sociedade (vulgo "leis") serve para não existir diferenciação entre a população, de modo a habitarmos harmoniosamente no mesmo espaço... excepto quando um grupo de desequilibrados que não devem ter atenção na sua vida mundana quer chamar o foco da atenção a si, quando o objectivo deveria ser de erradicar esta doença. Esta geração que gosta muito de se ocupar de causas maiores que si próprios, quando a sua principal preocupação deveria de tentar ser melhores pessoas. Querem mudar o mundo? Arrumem primeiro o vosso quarto!