20/08/2020

Olha o pequenino!

Jair Bolsonaro, julgo que dispensa apresentações.

O famigerado presidente brasileiro, bastante mediático (infelizmente, quase sempre pelos piores motivos), já nos habituou a “bons momentos” de comicidade…

No entanto, por incrível que possa parecer, julgo que se superou! De tal forma que o último episódio é digno de ficar eternizado neste blog que, entre outras valências, pretende igualmente dar espaço e voz à estupidez humana.

Na passada segunda-feira, dia 17.08.2020, o presidente brasileiro durante a inauguração de uma central termoelétrica em Aracaju, capital do estado brasileiro de Sergipe, num gesto cliché demagogo e populista, pegou num anão ao colo simplesmente porque o confundiu com uma criança...

...e assim, altaneiro e feliz.... o privilegiado anão pôde ver toda a efeméride inaugural.

04/08/2020

Nosce te ipsum


Existem autores que defendem que para que uma pessoa reconheça o “eu” terá que estar “na presença do outro”, ou seja, do “não-eu”. A mesma ideia que existe noutros dualismos – só sei o que é o alto se conhecer o baixo, o gordo por oposição ao magro, entre outros dualismos.
Desta forma, cada pessoa (ser consciente) é, ao mesmo tempo, “eu” (para si mesmo) e “outro” (para as outras pessoas).

Será que sabemos quem somos?
Quantos de nós já fez esse pequeno (grande) exercício de autoanálise?

Apesar de já termos tido contacto com a culpa, a vergonha ou remorsos, não paramos para refletir o que nos faz sentir dessa forma...
Por que estou assim? O que sinto? O que desejo? Quais os meus valores? Por que razão reajo desta ou daquela forma?

As respostas a estas e outras questões são fundamentais. Devemos auto-explorar quem somos, auto-investigar e auto-conhecer… dissecar o Eu. Devemos, sempre que possível, refletir sobre a forma como pensamos e sentimos...

Fomos educados para saber a resposta e não para saber fazer a pergunta certa.
Esta cultura de resposta criou no homem a falsa sensação que sabe a resposta de (quase) tudo... não se questiona. Não fomos educados a questionar, e muito menos a questionar para que possamos ter um melhor auto-conhecimento.

Normalmente, o Eu ocupa grande parte do nosso tempo. Se alguém diz que está cansado dizemos – também eu. Temos necessidade de competir e ainda nos queixamos que ninguém nos dá atenção, que não nos ouvem nem dão valor… sempre o Eu… o meu Eu que tudo pode e é melhor que o teu Eu… tanto eu e praticamente ninguém sabe quem é o seu Eu.

É um lugar comum avaliarmos a conduta dos outros, fazermos juízos de valor sobre o comportamento dos outros, ditando leis do alto do nosso pedestal de sapiência, ébrios de certezas, sem que, contudo, nos conheçamos a nós mesmos.
Quando opinamos somos transparentes e dizemos aquilo que realmente pensamos ou dizemos aquilo que na nossa opinião o outro quer ouvir…. Somos honestos ou politicamente corretos.
Agimos por convicções e ideais ou de acordo com a ética, a moral e a lei?
Quando o tema é racismo ou homossexualidade qual a resposta mais comum? Não sou racista nem homofóbico porque até tenho um amigo preto e um amigo gay.

Monogamia? Claro que sim! A resposta moralmente aceite e esperada… Contudo, se fosse honesta não teríamos tantos episódios de traições, infidelidades ou adultérios.
E, provavelmente, se fizéssemos uma viagem ao centro do Eu iriamos encontrar um animal com desejos promíscuos castrados por uma construção social de projeto de vida monogâmico.
Na minha opinião, quando nos apresentamos escolhemos aquilo que queremos dizer a nosso respeito. Fazemo-lo a pensar naquilo que, na nossa opinião, o outro quer saber sobre nós…

Agora que leio a breve apresentação que fiz há cerca de 25 anos sobre a minha pessoa, fico com a sensação que ainda não teria feito a viagem ao centro do meu Eu… ou simplesmente estava alcoolizado ou a precisar de mudar de fornecedor…

É estranho voltar a escrever neste blog… espero ter motivação e criatividade suficientes para alimentar mais uma vida deste espaço de boa memória.

Mas uma coisa é certa, já fiz várias viagens ao centro do Eu e, em boa verdade, os níveis de parvoíce continuam elevadíssimos!