Uma mistura enorme de dois ingredientes – falta de tempo e
preguiça – é a razão pela qual tenha deixado de dar o meu contributo neste blog... quando tenho tempo, falta-me a vontade; quando tenho vontade, falta-me o tempo...
Acontece que na semana passada, enquanto lia um jornal
online, deparei-me com uma notícia que me revoltou as entranhas e pressionou o
gatilho que me faz estar aqui a desabafar.
A meu ver, a notícia é bastante elucidativa do quão egoísta
e despojada de valores estão os jovens. Os jovens de hoje os quais serão os
homens e mulheres de amanhã...
Título da notícia "Jovem de 16 anos mata mãe que lhe
tirou o telemóvel com dois tiros na cabeça”. Em poucas palavras, este rapaz de
16 anos não aceitou o castigo da mãe, a qual resolveu retirar o seu telemóvel,
e decidiu dar dois tiros na cabeça da mãe enquanto esta dormia.
Que sociedade estamos a construir?
Que valores estamos a transmitir a estes jovens?
Todos nós, sejamos pais ou não, somos responsáveis.
Todos nós, independentemente da nossa profissão, enquanto agentes
indissociáveis da sociedade onde estamos inseridos, somos responsáveis.
A ética humanística emerge da inteligência coletiva, a qual
define dos princípios de convivência social e permite uma vida organizada e
melhor para todos.
Acontece que os princípios basilares que norteiam a conduta
humana estão reféns da ditadura das minorias, e da hipocrisia do politicamente
correto.
Acredito que cresci num mundo diferente daquele que hoje
temos.
Eu aprendi a respeitar e admirar os mais velhos.
Ensinaram-me a respeitar os professores. E, obviamente, a respeitar os meus
pais.
Hoje, se um professor repreende um aluno, este chega a casa e faz queixas aos paizinhos, os quais vão à escola ameaçar ou até agredir os professores... Que exemplo e que valores estão esses pais a passar aos seus filhos e a todos os outros alunos?
Esta questão leva-me a colocar uma outra igualmente
retórica: não estará na altura de deixarmos de parte a hipocrisia do
politicamente correto e assumirmos aquilo que realmente pensamos? Não estará na
altura de arrepiarmos caminho e pensar seriamente que valores éticos e que
Homens queremos amanhã?
Infelizmente vejo a sociedade civil mais preocupada com questões
periféricas, acessórias e muitas vezes ridículas, como por exemplo, a criação
de novos géneros morfológicos, do que a transmissão de regras, princípios e
valores.
O que é que cada um de nós pode e está disposto a fazer?